"O Goberno de Israel respeta os acordos de paz xa asinados"
En entrevista ao Diário de Noticias (10.04.09), Ehud Gol, embaixador de Israel en Lisboa, desmistifica calquer hipótese de crise entre o Executivo de Netanyau e a Administración de Barack Obama. O embaixador de Israel en Lisboa recusa a idea dunha eventual crise entre o seu país e Washington, ao mesmo tempo que apela á comunidade internacional para axudar a presionar a Irán de forma a que este non se dote da arma nuclear.
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Fonte do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu diz que, em termos de processo de paz, o Governo está disposto a trabalhar com os EUA mas o ministro do Ambiente, Gilad Erdan, afirmou que Israel não recebe ordens dos EUA. Está o Governo a falar a duas vozes?
Só temos um primeiro-ministro, que está no poder há pouco mais de uma semana. E, no início, há ministros que fazem declarações para se afirmarem na cena política israelita. Mas posso garantir que é o primeiro-ministro quem toma as decisões e que, no futuro, cada ministro apenas fará declarações que se relacionam com a pasta que chefia.
De qualquer modo a declaração do ministro foi muito forte...
Acredito que os EUA entendem que Erdan é apenas o ministro do Ambiente e que lhe dão a importância adequada.
Não há o perigo de uma crise com os EUA?
Não; absolutamente. Não é a primeira vez nem será a última que o ministro do Ambiente, ou de qualquer outra pasta, fará declarações desse tipo mas ninguém dá importância.
O Presidente Barack Obama, no discurso que fez na Turquia, insistiu na solução dos dois estados (Israel e Palestina) como forma de pôr termo ao conflito entre os dois povos. Qual a opção de Netanyahu?
O Governo israelita está empenhado em respeitar todos os acordos que foram assinados pelos anteriores executivos. É o que acontece em todos os países democráticos e não vamos criar novas regras. Estamos comprometidos com o Roteiro para a Paz, documento que é muito claro
na sequência do passos a dar em termos negociais e na posição face ao terrorismo. O Roteiro para a Paz fala especificamente do fim do terrorismo mas este ainda não acabou.
Como vai 'Bibi' lidar com o terrorismo? Vai responsabilizar, como antes, o presidente da Autoridade Palestiniana (AP)?
O que precisamos é que o presidente palestiniano faça 100% de esforços para acabar com o terrorismo; não lhe podemos exigir que tenha 100% de resultados. O mesmo acontece connosco: Netanyahu não tem a ilusão de que pode acabar a 100% com o terrorismo. Sabemos que é impossível; já o sabíamos quando iniciamos a operação contra Gaza.
Em sua opinião como se pode solucionar o problema de Gaza?
Sendo muito, muito claros na oposição ao Hamas. A mais pequena insinuação de que 'temos de falar com o Hamas, temos de tê-lo em consideração', encoraja o terrorismo e não ajuda o processo de paz. O diálogo com o Hamas só pode acontecer quando, como fez a Fatah [de Yasser Arafat], se convencer que não pode destruir Israel e retirar essa cláusula da sua Carta.
Segundo jornais israelitas, para Netanyahu impedir o Irão de se dotar da bomba nuclear é uma missão quase religiosa...
Esse problema não é só israelita. O Irão é um risco maior para toda a civilização ocidental; quer destruir Israel, o mundo árabe moderado, a Europa, a América. Acredito se trabalharmos juntos podemos neutralizar a ameaça do Irão. E isso pode ser feito através da via diplomática, de sanções económicas, em várias etapas, não tem necessariamente que ser através da solução militar.
Avigdor Liberman, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros, está a ser interrogado por corrupção. O que acontecerá se for considerado culpado?
Terá de deixar o poder. Isto é algo de que nos orgulhamos. No nosso país, toda a gente é igual perante a lei - quer seja primeiro-ministro ou presidente. Por vezes, e porque são políticos, pagam um preço mais alto do que o comum dos mortais. Não toleramos erros à pessoa mais simples e à mais poderosa. Foi um erro adiar [o processo de investigação], devíamos ter actuado antes e não esperar por agora que é MNE.
Qual a decisão mais difícil que espera o Governo de Israel?
O processo de paz. Queremos a paz mas não a qualquer preço. Nunca colocaremos a nossa sobrevivência em risco.
Fonte do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu diz que, em termos de processo de paz, o Governo está disposto a trabalhar com os EUA mas o ministro do Ambiente, Gilad Erdan, afirmou que Israel não recebe ordens dos EUA. Está o Governo a falar a duas vozes?
Só temos um primeiro-ministro, que está no poder há pouco mais de uma semana. E, no início, há ministros que fazem declarações para se afirmarem na cena política israelita. Mas posso garantir que é o primeiro-ministro quem toma as decisões e que, no futuro, cada ministro apenas fará declarações que se relacionam com a pasta que chefia.
De qualquer modo a declaração do ministro foi muito forte...
Acredito que os EUA entendem que Erdan é apenas o ministro do Ambiente e que lhe dão a importância adequada.
Não há o perigo de uma crise com os EUA?
Não; absolutamente. Não é a primeira vez nem será a última que o ministro do Ambiente, ou de qualquer outra pasta, fará declarações desse tipo mas ninguém dá importância.
O Presidente Barack Obama, no discurso que fez na Turquia, insistiu na solução dos dois estados (Israel e Palestina) como forma de pôr termo ao conflito entre os dois povos. Qual a opção de Netanyahu?
O Governo israelita está empenhado em respeitar todos os acordos que foram assinados pelos anteriores executivos. É o que acontece em todos os países democráticos e não vamos criar novas regras. Estamos comprometidos com o Roteiro para a Paz, documento que é muito claro
na sequência do passos a dar em termos negociais e na posição face ao terrorismo. O Roteiro para a Paz fala especificamente do fim do terrorismo mas este ainda não acabou.
Como vai 'Bibi' lidar com o terrorismo? Vai responsabilizar, como antes, o presidente da Autoridade Palestiniana (AP)?
O que precisamos é que o presidente palestiniano faça 100% de esforços para acabar com o terrorismo; não lhe podemos exigir que tenha 100% de resultados. O mesmo acontece connosco: Netanyahu não tem a ilusão de que pode acabar a 100% com o terrorismo. Sabemos que é impossível; já o sabíamos quando iniciamos a operação contra Gaza.
Em sua opinião como se pode solucionar o problema de Gaza?
Sendo muito, muito claros na oposição ao Hamas. A mais pequena insinuação de que 'temos de falar com o Hamas, temos de tê-lo em consideração', encoraja o terrorismo e não ajuda o processo de paz. O diálogo com o Hamas só pode acontecer quando, como fez a Fatah [de Yasser Arafat], se convencer que não pode destruir Israel e retirar essa cláusula da sua Carta.
Segundo jornais israelitas, para Netanyahu impedir o Irão de se dotar da bomba nuclear é uma missão quase religiosa...
Esse problema não é só israelita. O Irão é um risco maior para toda a civilização ocidental; quer destruir Israel, o mundo árabe moderado, a Europa, a América. Acredito se trabalharmos juntos podemos neutralizar a ameaça do Irão. E isso pode ser feito através da via diplomática, de sanções económicas, em várias etapas, não tem necessariamente que ser através da solução militar.
Avigdor Liberman, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros, está a ser interrogado por corrupção. O que acontecerá se for considerado culpado?
Terá de deixar o poder. Isto é algo de que nos orgulhamos. No nosso país, toda a gente é igual perante a lei - quer seja primeiro-ministro ou presidente. Por vezes, e porque são políticos, pagam um preço mais alto do que o comum dos mortais. Não toleramos erros à pessoa mais simples e à mais poderosa. Foi um erro adiar [o processo de investigação], devíamos ter actuado antes e não esperar por agora que é MNE.
Qual a decisão mais difícil que espera o Governo de Israel?
O processo de paz. Queremos a paz mas não a qualquer preço. Nunca colocaremos a nossa sobrevivência em risco.